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terça-feira, 5 de junho de 2012

A Santidade Através da História: A interpretação da Igreja:




Texto base: 1 Coríntios 11.1.
Introdução:
Para a Igreja Apostólica (do tempo dos Apóstolos), a essência da santidade consistia em conformidade com Cristo. O objetivo que se salientava era de serem os crentes puros como Cristo, conforme vemos na passagem que lemos.
Muitos dizem que as igrejas deveriam voltar ao que era a Igreja Primitiva.
Mas com o tempo, para alguns líderes da Igreja Cristã, santidade passou a ser vista principalmente como um isolamento do mundo e das contaminações da sociedade. Durante esses períodos, surgiram os seguintes movimentos:
1.      Ascetismo:
Essa idéia ensina que as pessoas devem abandonar literalmente o mundo e dedicar-se intensivamente as vigílias de oração com jejuns e mortificação própria. Para isso, as pessoas abandonavam suas, famílias, bens, trabalhos e se isolavam em mosteiros e conventos. Deste pensamento vinha de que somente eram santas as pessoas religiosas que exerciam o ministério de sacerdotes e que viviam nesses mosteiros, enquanto os demais cristãos estavam em um nível inferior de santidade por ainda estarem nesse mundo.
Tem um pouco desse pensamento nos crentes hoje, quando pensam que pastores, missionários e evangelistas estão em um patamar de santidade superior porque se dedicam integralmente ao ministério. E que muitos líderes querem ser vistos assim, e também movimentos que levam as pessoas para o total isolamento a fim de atingir um patamar espiritual.
2.      Misticismo:
O misticismo foi um movimento que segundo as pessoas adeptas, a santidade se alcança não fugindo do mundo, mas elevando-se acima dele, onde a santidade é uma escala com várias etapas de absorção espiritual em Deus como purgação, iluminação e contemplação, que é a reclusão (ficar isolado), a obtenção do conhecimento, e a contemplação espiritual, a fim de ficar longe do contato com o que é material e impuro e concentrar-se apenas no espiritual.
O movimento G-12 tem essa idéia da contemplação espiritual. Por isso que eles pedem as pessoas no encontro que não conversem.
3.      Sacramentalismo:
Esse pensamento ensina que a santidade está acessível a todos desde que estes assistam uma missa celebrada por um sacerdote. Por isso vemos aquelas pessoas com o pensamento de que ir à missa é o suficiente para santificar-se. Para elas, o sacramento santifica.
4.      Perfeccionismo:
Essa idéia é muito antiga e possui canais não-cristãos e cristãos. No meio cristão um dos meios pelo qual o perfeccionismo entrou foi no movimento metodista wesleyano e outros posteriores que consideravam haver uma plena e total santificação, onde o crente deixa de pecar e deve viver sem pecado no mundo, pois o pecado é erradicado e os crentes são abençoados com o dom do amor perfeito, que eles falam ser o amor ágape. Os Pentecostais chamam isso de uma “Segunda bênção”, que é posterior a conversão.
Pode-se ver 4 coisas que ensina alguns movimentos do perfeccionismo cristão: 1. A ênfase na segunda obra de Deus distinta da conversão, 2. O entendimento que o pecado é um fenômeno primariamente voluntário que pode ser completamente desarraigado do ser humano neste mundo, 3. A crença de que o cristão pode obter a perfeição nesta vida mediante esforço contínuo de consagração, 4. A convicção de que a santificação plena é a única resposta ao testemunho inútil que caracteriza muitos cristãos.
Por isso vemos movimentos como “Águas profundas”, “Àguas purificadoras”, “G-12”, onde as pessoas buscam a perfeição espiritual.
5.      Respostas Bíblicas a essas idéias:
Tais movimentos oferecem seus perigos e a Escritura nos dá a resposta a cada um deles:
Ascetismo: Além de apresentar uma ênfase no pecado, esquecem que o problema do pecado está no coração do ser humano que nenhum mosteiro pode erradicar. Acabam por promover uma atitude de que a salvação é pelas obras em lugar da salvação pela fé. Eles também negam o mandato de Jesus de que devemos ser diferença neste mundo.
Sl 51.13; Mt 5.13-16; Jo 17.15 – mostram que os crentes devem ser influência no mundo em pecado fazendo a diferença.
Misticismo: Acaba por perder a Escritura como regra de fé e prática. Exalta o ser humano como capaz de encontrar a verdade por conta própria.
Sl 19.7; 2 Tm 3.15-17 – Somente a Palavra de Deus possui poder para transformar e moldar o ser humano a fim de que ele venha a fazer o bem.
Sacramentalismo: O sacramentalismo substitui a obra pessoal e subjetiva (particular) do Espírito Santo no coração do pecador. Coloca-se importância em um ato externo e não na fé.
Sl 51.17; Rm 3.28; Ef 2.8, 9 – É uma ação interna do Espírito Santo no coração do pecador que o leva a reconhecer quem é e quem Deus é, sendo santificado a cada dia.
Perfeccionismo: Apresenta uma ênfase na autonomia espiritual do ser humano e não conseguem distinguir santidade genuína e santidade completa na vida do cristão, onde a primeira indica que somos verdadeiramente santos, mas imperfeitos, passando por um processo de aperfeiçoamento onde há primeiro a ação do Espírito Santo e em seguida a nossa resposta com uma vida de amor e obediência a Deus devido o auxílio do Espírito Santo em nós.
Is 64.6; Sl 51.12; 1 João 1.8, 9; 2.1 – pecamos, caímos e nos entristecemos perdendo a alegria da salvação (não a salvação), mas somos reanimados e fortalecidos sendo perdoados dos nossos pecados quando os reconhecemos diante de Deus e pedimos perdão pelos méritos de Cristo, sendo aperfeiçoados. O ser humano não possui autonomia espiritual para ser santo, pois sem Deus, suas obras são inúteis.
Uma observação: o amor não é dom, mas é chamado de mandamento, o caminho, a dívida impagável, o vínculo da perfeição (Dt 6.5; 1 Co 13; Cl 3.14; Rm 13.8, etc.). Todos os crentes devem amar.
Conclusão: Pudemos ver que com o tempo alguns movimentos surgiram após o período Apostólico os quais notamos quando colocamos à luz da Escritura acabaram abandonando os princípios ensinados pelos apóstolos, que resumidamente é: Fomos salvos por Deus em Cristo e santificados pelo Espírito Santo, onde esse processo começa aqui nesta vida com o poder do Espírito e nossa ação imitando a Cristo e sendo completado na Segunda Vinda de Cristo onde seremos santificados completamente. Corpo e alma se unirão novamente, recebendo o homem um novo corpo. Sobre a Igreja Primitiva, o melhor que podemos dizer é que devemos seguir seu exemplo em Atos 2.42-47. Voltar a ser como eles eram não há como já que esta igreja viveu em um contexto específico.
Aplicação:
1.      Olhar todas as pessoas da igreja de Cristo como santas, não existindo santidade superior e inferior.
2.      Humildade para reconhecer fraquezas e pecados, pedindo perdão a Deus e força para poder vencer.
3.      Procurar se diferença e referência na sociedade como bênção – sal da terra e luz do mundo.

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