
Texto base: 1 Coríntios
11.1.
Introdução:
Para
a Igreja Apostólica (do tempo dos Apóstolos), a essência da santidade consistia
em conformidade com Cristo. O objetivo que se salientava era de serem os
crentes puros como Cristo, conforme vemos na passagem que lemos.
Muitos
dizem que as igrejas deveriam voltar ao que era a Igreja Primitiva.
Mas
com o tempo, para alguns líderes da Igreja Cristã, santidade passou a ser vista
principalmente como um isolamento do mundo e das contaminações da sociedade.
Durante esses períodos, surgiram os seguintes movimentos:
1.
Ascetismo:
Essa
idéia ensina que as pessoas devem abandonar literalmente o mundo e dedicar-se
intensivamente as vigílias de oração com jejuns e mortificação própria. Para
isso, as pessoas abandonavam suas, famílias, bens, trabalhos e se isolavam em
mosteiros e conventos. Deste pensamento vinha de que somente eram santas as
pessoas religiosas que exerciam o ministério de sacerdotes e que viviam nesses
mosteiros, enquanto os demais cristãos estavam em um nível inferior de
santidade por ainda estarem nesse mundo.
Tem
um pouco desse pensamento nos crentes hoje, quando pensam que pastores,
missionários e evangelistas estão em um patamar de santidade superior porque se
dedicam integralmente ao ministério. E que muitos líderes querem ser vistos
assim, e também movimentos que levam as pessoas para o total isolamento a fim
de atingir um patamar espiritual.
2.
Misticismo:
O
misticismo foi um movimento que segundo as pessoas adeptas, a santidade se
alcança não fugindo do mundo, mas elevando-se acima dele, onde a santidade é
uma escala com várias etapas de absorção espiritual em Deus como purgação, iluminação
e contemplação, que é a reclusão (ficar isolado), a obtenção do conhecimento, e
a contemplação espiritual, a fim de ficar longe do contato com o que é material
e impuro e concentrar-se apenas no espiritual.
O
movimento G-12 tem essa idéia da contemplação espiritual. Por isso que eles
pedem as pessoas no encontro que não conversem.
3.
Sacramentalismo:
Esse
pensamento ensina que a santidade está acessível a todos desde que estes
assistam uma missa celebrada por um sacerdote. Por isso vemos aquelas pessoas com
o pensamento de que ir à missa é o suficiente para santificar-se. Para elas, o
sacramento santifica.
4.
Perfeccionismo:
Essa
idéia é muito antiga e possui canais não-cristãos e cristãos. No meio cristão
um dos meios pelo qual o perfeccionismo entrou foi no movimento metodista
wesleyano e outros posteriores que consideravam haver uma plena e total
santificação, onde o crente deixa de pecar e deve viver sem pecado no mundo,
pois o pecado é erradicado e os crentes são abençoados com o dom do amor
perfeito, que eles falam ser o amor ágape. Os Pentecostais chamam isso de uma “Segunda bênção”, que é posterior a
conversão.
Pode-se
ver 4 coisas que ensina alguns movimentos do perfeccionismo cristão: 1. A
ênfase na segunda obra de Deus distinta da conversão, 2. O entendimento que o
pecado é um fenômeno primariamente voluntário que pode ser completamente
desarraigado do ser humano neste mundo, 3. A crença de que o cristão pode obter
a perfeição nesta vida mediante esforço contínuo de consagração, 4. A convicção
de que a santificação plena é a única resposta ao testemunho inútil que
caracteriza muitos cristãos.
Por
isso vemos movimentos como “Águas
profundas”, “Àguas purificadoras”, “G-12”, onde as pessoas buscam a
perfeição espiritual.
5.
Respostas
Bíblicas a essas idéias:
Tais
movimentos oferecem seus perigos e a Escritura nos dá a resposta a cada um
deles:
Ascetismo:
Além de apresentar uma ênfase no pecado, esquecem que o problema do pecado está
no coração do ser humano que nenhum mosteiro pode erradicar. Acabam por
promover uma atitude de que a salvação é pelas obras em lugar da salvação pela
fé. Eles também negam o mandato de Jesus de que devemos ser diferença neste
mundo.
Sl
51.13; Mt 5.13-16; Jo 17.15 – mostram que os crentes devem ser influência no
mundo em pecado fazendo a diferença.
Misticismo: Acaba
por perder a Escritura como regra de fé e prática. Exalta o ser humano como
capaz de encontrar a verdade por conta própria.
Sl
19.7; 2 Tm 3.15-17 – Somente a Palavra de Deus possui poder para transformar e
moldar o ser humano a fim de que ele venha a fazer o bem.
Sacramentalismo:
O sacramentalismo substitui a obra pessoal e subjetiva (particular) do Espírito
Santo no coração do pecador. Coloca-se importância em um ato externo e não na
fé.
Sl
51.17; Rm 3.28; Ef 2.8, 9 – É uma ação interna do Espírito Santo no coração do
pecador que o leva a reconhecer quem é e quem Deus é, sendo santificado a cada
dia.
Perfeccionismo:
Apresenta uma ênfase na autonomia espiritual do ser humano e não conseguem
distinguir santidade genuína e santidade completa na vida do cristão,
onde a primeira indica que somos verdadeiramente santos, mas imperfeitos,
passando por um processo de aperfeiçoamento onde há primeiro a ação do Espírito
Santo e em seguida a nossa resposta com uma vida de amor e obediência a Deus
devido o auxílio do Espírito Santo em nós.
Is
64.6; Sl 51.12; 1 João 1.8, 9; 2.1 – pecamos, caímos e nos entristecemos
perdendo a alegria da salvação (não a salvação), mas somos reanimados e
fortalecidos sendo perdoados dos nossos pecados quando os reconhecemos diante
de Deus e pedimos perdão pelos méritos de Cristo, sendo aperfeiçoados. O ser
humano não possui autonomia espiritual para ser santo, pois sem Deus, suas
obras são inúteis.
Uma
observação: o amor não é dom, mas é chamado de mandamento, o caminho, a dívida
impagável, o vínculo da perfeição (Dt 6.5; 1 Co 13; Cl 3.14; Rm 13.8, etc.).
Todos os crentes devem amar.
Conclusão:
Pudemos ver que com o tempo alguns movimentos surgiram após o período
Apostólico os quais notamos quando colocamos à luz da Escritura acabaram abandonando
os princípios ensinados pelos apóstolos, que resumidamente é: Fomos salvos por
Deus em Cristo e santificados pelo Espírito Santo, onde esse processo começa
aqui nesta vida com o poder do Espírito e nossa ação imitando a Cristo e sendo completado
na Segunda Vinda de Cristo onde seremos santificados completamente. Corpo e
alma se unirão novamente, recebendo o homem um novo corpo. Sobre a Igreja
Primitiva, o melhor que podemos dizer é que devemos seguir seu exemplo em Atos
2.42-47. Voltar a ser como eles eram não há como já que esta igreja viveu em um
contexto específico.
Aplicação:
1.
Olhar
todas as pessoas da igreja de Cristo como santas, não existindo santidade
superior e inferior.
2.
Humildade
para reconhecer fraquezas e pecados, pedindo perdão a Deus e força para poder
vencer.
3.
Procurar
se diferença e referência na sociedade como bênção – sal da terra e luz do mundo.
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