Introdução: Marcos 16.14-18 e Romanos 10.8-17.
Narrativa:
·
Lucas
é o autor do livro de Atos e do Evangelho de Lucas (Lucas 1.1-4; Atos 1.1-5).
·
Atos
dos Apóstolos, ou melhor Atos do Espírito de Cristo, foi escrita entre os anos 60
– 64 d.C., onde possivelmente começou a escrever na Antioquia e terminou a obra
em Roma.
·
Os
destinatários eram um grupo de cristãos, onde o seu representante principal era
um homem da alta sociedade romana chamado Teófilo recém-convertido ao
cristianismo.
·
Atos
é a continuação do Evangelho de Lucas, e ele tem por propósito a história do
começo do cristianismo no sentido geral, bem como mostrar que Jesus continua
vivo e ativo por meio dos discípulos, onde eles continuam a evangelização, são
alguns dos propósitos.
·
Contexto:
1.1-11.
A
ascenção de Jesus e a promessa da descida do Espírito Santo.
O poder para pregar o
Evangelho:
I.
É
dado ao povo de Deus (v.8a):
Jesus
no início desse versículo diz (v.8a –
ler). Ele usa a expressão “mas”
para mostrar que aquilo que eles deveriam fazer não era se preocupar com o que
na verdade era algo exclusivo da preocupação de Deus e cuidarem apenas daquilo
que lhes foram confiados. Por isso no v.7 Jesus diz: “não vos compete conhecer tempos ou épocas que o Pai reservou pela sua
exclusiva autoridade.” E aí o v.8 diz que os discípulos receberão poder.
Em
outras palavras, o que Jesus está dizendo é: “A parte de Deus é um assunto exclusivo Dele e ele irá cuidar, agora
vocês farão aquilo que lhes será confiado segundo o que foi prometido, que é
receber o poder para cumpri-la.” Por isso vejo que o peso do verbo recebereis não está somente na questão
do tempo, futuro próximo, mas sim de que o que está sendo dito é algo que
realmente vai acontecer, uma certeza.
E
esta certeza é a promessa de que os discípulos receberão poder. A palavra poder no
grego é dynamis, e ela significa que
os discípulos receberão um poder espiritual, serão capacitados para uma tarefa
que lhes foi confiados, que é testemunhar,
o qual veremos no final deste verso. Tal promessa não é nova, mas antiga
que é mencionada em Joel 2.28, onde as pessoas receberão poder para profetizar, terem visões e sonharão.
Jesus em Mateus 10.19: “E quando vos entregarem, não cuideis em
como ou o que haveis de falar, porque naquela hora, vos será concedido o que
haveis de dizer.”
Em
Lucas 24.49 Jesus diz: “Eis que envio
sobre vós a promessa de meu Pai; permanecei, pois, na cidade, até que do alto
sejais revestidos de poder.”
Os
discípulos receberam o poder espiritual para pregarem a palavra de Deus com
suas vidas e palavras, para efetuar curas e sinais, conforme vemos acontecer no
livro de Atos, como a sombra de Pedro que passou e curou (Atos 5.15), como
Paulo que repreendeu o espírito da jovem advinhadora (Atos 16), etc. E Lucas
continua apresentando as palavras de Jesus que o poder para pregar o Evangelho que é dado ao povo de Deus é:
II.
É
do próprio Deus (v.8b):
Veja
o que Jesus diz nessa parte (v.8b –
ler). O verbo descer sobre vós
pode se traduzir por vir em cima ou vir sobre. Este verbo apresenta a ideia
de uma ação que acontece uma única vez, no qual o seu significado é a vinda do
Deus Espírito Santo sobre os discípulos e Apóstolos de Jesus para que eles
possam realizar a tarefa que Jesus irá lhes falar no final deste versículo.
Esse
momento era importante para o povo de Deus, pois somente com o auxílio do
Espírito Santo é que os discípulos seriam capazes de pregar o Evangelho. Por
esta razão, vemos que no Antigo Testamento, todos os trabalhos que Deus mandou
os seus servos fazerem, a Terceira Pessoa da Trindade estava sobre eles e que
Ele estará sempre sobre o seu povo:
Êxodo
31.2, 3: “- Eu escolhi Bezalel, filho de
Uri e neto de Hur, da tribo de Judá, e o enchi com o meu Espírito. Eu lhe dei
inteligência, competência, e habilidade para fazer todo o tipo de trabalho artístico;”
Salmo
51.11: “Não me expulses da tua presença,
nem me retires o teu Santo Espírito.”
Joel
2.28: “E acontecerá, depois, que
derramarei o meu Espírito sobre toda a carne; vossos filhos e vossas filhas
profetizarão; vossos velhos sonharão, e vossos jovens terão visões.”
Mateus
3.11: “Eu vos batizo com água, para
arrependimento; mas aquele que vem depois de mim é mais poderoso do que eu,
cujas as sandálias não sou digno de levar. Ele vos batizará com Espírito Santo
e com fogo.”
Atos
1.5: “Porque João, na verdade, batizou
com água, mas vós sereis batizados com o Espírito Santo, não muito depois
desses dias.”
Assim,
o poder dado aos crentes é um poder que vem do alto, o qual é do Espírito
Santo, sendo somente pelo seu poder que somos capazes de cumprir a tarefa que
Jesus nos dá, pois o próprio Jesus é o batizador, conforme vemos em Mateus
3.11, onde ele nos batiza com graça (Espírito Santo sobre nós) e aos incrédulos
com juízo (fogo), onde todos os crentes que recebem o Espírito Santo são
batizados por Ele, porque são selados comprovando que pertencem a Deus e que
foram chamados para uma tarefa especial (cf. Ef 1.13, 14).
Em
João 16.7, 8, 13, 14, Jesus diz aos seus discípulos que o Consolador (Espírito
Santo) será enviado por ele após ele subir ao Pai no qual é o Espírito que convencerá o mundo do pecado, da justiça e
do juízo, onde ele guiará a toda a
verdade, e também glorificará a
pessoa de Jesus Cristo. Não por ser inteligente ou persuasivo que os discípulos
completarão a tarefa, mas por causa do poder e da pessoa do Espírito Santo.
Paulo
diz em 1 Coríntios 12.3: “Por isso, vos
faço compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus afirma: Anátema,
Jesus! Por outro lado, ninguém pode dizer: Senhor Jesus! Senão pelo Espírito
Santo.” Pois o Espírito de Deus age em nosso coração nos levando a usar
corretamente nossa responsabilidade humana por meio de um ato de obediência.
III.
É
com o propósito de nos capacitar para testemunhar em todo o mundo (v.8c):
Jesus
depois de mencionar que eles receberão poder do Espírito Santo que descerá
sobre eles para os capacitarem a cumprir tarefa que fala no final deste verso (v.8 – ler). Jesus usa a expressão e sereis minhas testemunhas. O verbo sereis mostra a certeza daquilo que os
discípulos farão no futuro próximo que é ser testemunhas de Jesus. A palavra grega usada para testemunhas é a palavra mártyres, de onde vem a palavra mártir.
E
o que significa essa palavra? Significa que os discípulos serão anunciadores da
palavra de Jesus para todos os lugares, com suas palavras por meio da pregação
bem como pela sua vida, através de atos onde confirmam a sua fé em Jesus em
todos os momentos, sejam tranquilos e ainda mais nos momentos em que suas vidas
estejam ameaçadas e venham a morrer violentamente por causa do Evangelho.
E
aonde essas pessoas irão testemunhar? Jesus então apresenta a sua estratégia de
ação missionária para aqueles que irão cumpri-la pelo poder do Espírito Santo: Jerusalém como em toda a Judéia e Samaria e
até aos confins da terra. Jesus traça aos discípulos a extensão do programa
missionário que ele mesmo criou, no qual o pré-requisito para que os discípulos
participem é terem recebido o Espírito Santo que lhes é dado pelo mesmo Cristo.
Jesus ministrou em Jerusalém, na Judéia e na Samaria, e agora a sua ação vai
além dos limites geográficos dessas regiões, onde progressivamente atingirá
todas as nações da terra.
Por
isso vemos que Atos tem um dos propósitos de abordar acerca da importância da
evangelização, pois foi uma ordem dada por Jesus à comunidade dos crentes, onde
ela tem o seu cumprimento seguindo a ordem mencionada por Jesus: 1. Jerusalém
(Atos 1.8-8.1); 2. Judéia e Samaria (Atos 8.2-10.48) e 3. Confins da terra
(Atos 11.1-28.31).
Podemos
lembrar da Parábola do grão de mostarda e do fermento onde mostra que o Reino
de Deus cresce em extensão e intensidade: “O
Reino dos Céus é semelhante a um grão de mostarda, que o homem tomou e plantou
no seu campo; o qual é, na verdade, a menor de todas as sementes, e, crescida,
é maior do que as hortaliças, e se faz árvore, de modo que as aves do céu vem
aninhar-se nos seus ramos. O reino dos céus é semelhante ao fermento que uma
mulher tomou e escondeu em três medidas de farinha, até ficar tudo levedado.”
Conclusão:
O que podemos aprender
com Atos 1.8?
1. Que
a capacidade para pregarmos o Evangelho vem do Espírito Santo que habita em
nós.
2. Que
a nós Jesus confiou à tarefa de continuarmos o programa missionário que foi
passado aos discípulos.
3. Que
devemos considerar como um grande privilégio e ao mesmo tempo uma grande
responsabilidade anunciarmos o Evangelho com as nossas vidas e estarmos
dispostos ao ponto de sofrermos afrontas por amor a Cristo.
4. O
Evangelho deve ser pregado a todos em todo o mundo sem distinção de raça, sexo,
idade ou condição social.
Aplicação: Obedeça a
esse chamado:
1.
Crescendo
na comunhão com Deus através do estudo da Palavra e da oração.
2.
Dispondo-se
para anunciar a Jesus com sua vida aonde você estiver.
Que Deus lhes abençoe
Rev. Eric Ewans Mendes
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