A santidade nas Escrituras (Antigo e Novo Testamentos):
Texto base: Isaías 6.3.
Introdução:
· No estudo anterior, vimos que santidade significa sermos separados por Deus para uma vida de consagração, sendo tal consagração de maneira integral, todos os dias, todo o ano.
· Continuando nosso estudo, o que o Antigo e Novo Testamento apresenta a nós acerca da santidade?
1. Santidade no Antigo Testamento:
Quando o Antigo Testamento trata acerca de santidade, a primeira coisa que vemos é que santidade é inicialmente relacionada a Deus.
Salmo 99.9 – o autor sagrado afirma que o seu Deus, ou melhor, o nosso Deus (SENHOR) é santo.
Isaías 6.3 – Esse texto que lemos apresenta a visão que Isaías teve durante o seu chamamento onde viu a manifestação da glória de Deus e os serafins afirmando que Deus é imensamente, totalmente santo onde o profeta descreve por meio de um superlativo (santo, santo, santo = imensamente santo).
Essas duas passagens indicam que a natureza de Deus é puramente e totalmente santa. O SENHOR Deus de Israel é a fonte de toda a santidade, pois é a essência do seu ser. A santidade de Deus é o ponto de partida de tudo o que a Escritura nos revela acerca de Deus. Podemos ver três verdades com respeito a Deus:
A. A santidade de Deus denota o seu caráter de ser separado ou diferente do resto da sua criação:
A palavra hebraica mais usada é a palavra Qadosh, que significa separado ou afastado. Deus está acima e além da sua criação, sendo que Ele é incomparável, conforme vemos nas seguintes passagens: Dt 4.35, 39; I Rs 8.60; Is 40.18; 45.5, 6, 14, 18, 21, 22; 46.9; Jl 2.27.
B. A santidade de Deus denota a sua total separação de tudo aquilo que é sujo e pecaminoso:
Deus é a fonte de toda a perfeição moral. Por isso, é impossível que Ele esteja associado ou que aceita qualquer imoralidade, pois sua santidade é retidão e total pureza (Hb 1.13).
C. Por Deus estar afastado do pecado, Ele somente é acessível por meio de um santo sacrifício:
Por causa dos nossos pecados somos afastados de Deus (cf. Gn 3.12; Is 59.2), assim, se faz necessário que para Deus se aproximar de nós e nós Dele seja realizado um santo sacrifício (Lv 17.11; Hb 9.22), no qual a finalidade era receber o perdão dos pecados para assim poder desfrutar da comunhão com Deus. Somente pelo sacrifício é que poderia receber o perdão.
O santo sacrifício no Antigo Testamento envolver um animal que fosse macho e sem nenhum defeito (cf. Lv 1.3), no qual era um sacrifício temporário que prefigurava o sacrifício definitivo que estava ainda por vir, que é Jesus, o cordeiro de Deus, que por graças a ele, Deus pode habitar no meio do seu povo novamente (Os 11.9), pois o Messias tira o pecado do mundo (Jo 1.29).
Isso indica que pelo fato de Deus Pai, Filho e Espírito Santo serem santos em sua essência una logo tudo que está associado a Deus deverá ser santo (Cf. Êx 12.16; 16.23; 20.7; Lv 11.44; 16.30; Dt 7.6; Sl 2; 20.6; 24.3, 4; 47.8), do qual Israel é o povo do pacto de Deus, chamado para a santidade, sendo orientados a consagrar as suas vidas a Deus, ter uma vida de santidade e de santa adoração e também à pureza de coração.
2. Santidade no Novo Testamento:
O Novo Testamento salienta tudo o que está no Antigo acerca da santidade, apresentando com maior ênfase na Santa Trindade e na consagração dos crentes. A santidade se atribui a cada pessoa da divindade no NT.
João 17.11 – O Pai é chamado de Pai Santo.
Marcos 1.24; João 6.69 – O Filho é chamado O santo de Deus.
Lucas 2.25 – O Espírito de Deus é chamado de Espírito Santo, sendo aqui em Lucas uma das mais de 80 vezes que menciona a Terceira Pessoa da Trindade.
O Novo Testamento apresenta para nós três pontos importantes acerca da santidade:
A. O Novo Testamento Enfatiza a dimensão ética da santidade:
A ênfase é dada sobre a santidade interior em lugar da santidade ritualística. O testemunho de Jesus é fundamental nesse sentido, pois ele viveu uma vida em completa santidade (Hb 7.26; 1 Pe 2.22). Como resultado de sua obra redentora, aquele que crê Nele são declarados justos para viver em santidade (Hb 10.10).
B. O Novo Testamento salienta o caráter normativo da santidade dos crentes:
A santidade é uma característica de todos os verdadeiros seguidores de Cristo. Um termo comum para designar os crentes é a palavra hagioi, que é freqüentemente traduzida por santos, a qual não se refere a pessoas de santidade superior, mas sim ao crente normal que é santo em Cristo (1 Co 1.30), a santidade é uma realidade interior de todos que estão unidos a Cristo.
Apesar de muitas vezes nos sentirmos como ímpios e nunca atrevemos a nos chamarmos de santos, Deus considera todos os seus eleitos como santos e piedosos em e através da perfeita obediência, ativa e passiva, de seu filho amado. Em 1 Pe 2.9 vemos que somos chamados de raça eleita, sacerdócio real, nação santa. Por amor de Cristo o estado dos crentes é de santos diante de Deus, onde nos quais tem por Cristo condições de ter o Espírito Santo habitando nos corações.
C. O Novo Testamento contempla a santidade como transformadora de toda a pessoa:
O Apóstolo Paulo em I Tessalonicenses 5.23, diz que a santidade é algo total e integral na vida do crente. Ao mesmo tempo, é certo de que isso está fora de alcance do crente enquanto permanecer nesta vida, pois ainda são imperfeitos e pecam, mas, o crente sempre prossegue na busca da perfeição sendo seu objetivo e petição (2 Co 7.1; Fp 3.12-14), onde no decorrer do tempo com o crescimento na comunhão com Deus o nosso interior é transformado e aperfeiçoado até chegar o momento da completa e total santidade.
Conclusão:
· O Antigo e Novo Testamento mostra que a fonte de toda a santidade está em Deus por ter uma natureza totalmente e imensamente santa. Por causa do pecado fomos afastados desse Deus santo o qual somente se aproxima de nós quando purificamos o nosso coração através de um sacrifício vivificador, que no AT era um sacrifício temporário que prefigurava a Cristo o sacrifício definitivo, onde nós que o aceitamos como seu Salvador somos declarados justos e santos aproximando-nos de Deus que pelos méritos de Jesus nos vê como pessoas santas.
· Santidade tem haver com a questão interior que vai além de coisas ritualísticas. A santidade ritual tem sentido acompanhada da interior que é pregada através de um bom testemunho.
· Ainda não somos santos completamente, por que ainda pecamos, mas somos aperfeiçoados por Deus que exige de nós que busquemos uma vida de santidade diante Dele. Para isso, devemos estar dispostos a ouvir o que a Sua Palavra nos ensina para que sejamos renovados a cada instante até que recebamos a total santidade na Segunda Vinda de Jesus.
Aplicação:
· Lembrando que mesmo que Deus nos vê como santos por causa de Jesus. Termos gratidão por isso.
· Reconhecendo que precisamos melhorar em nossa caminhada com Deus.
· Buscando a melhora em nosso viver segundo a Palavra de Deus determina para sermos, bons pais, amigos, filhos, esposos, esposas, namoradas, namorados, etc.
· Ajudar os nossos irmãos mais novos a compreenderem o que a Escritura ensina sobre a santidade com as nossas vidas.
Pastor Eric Ewans Mendes - Estudo adaptado do Livro Santidade: O Chamado de Deus para a Santificação, de Joel R. Beeke.
Pastor Eric Ewans Mendes - Estudo adaptado do Livro Santidade: O Chamado de Deus para a Santificação, de Joel R. Beeke.
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